Há algumas cafeteiras e métodos de extração de café que já ganharam o mundo e se tornaram populares em diversos países. Moka, french press, e até mesmo a japonesa Hario V60 são nomes bastante recorrentes para quem orbita o universo cafeinado.
Mas a verdade é que novas cafeteiras e métodos surgem todos os dias, para permitir nuances e novas descobertas sensoriais para os amantes de café. De técnicas que misturam a percolação com a infusão, que tentam inovar na forma de tirar um bom café e de usar a tecnologia para isso, as possibilidades são infinitas. Algo que uma nova geração de máquinas está tentando comprovar. Desenvolvidas por designers, engenheiros, baristas e amantes do café em geral, elas chegam ao mercado para renovar nossa relação com a bebida.
Fizemos uma seleção de 5 cafeteiras inovadoras de países diferentes e explicamos por que você deveria conhecê-las. É uma volta ao mundo, sempre com uma boa xícara de café quente na mão.
Clever (Taiwan/China)
Criada em Taiwan, a Clever virou um fenômeno logo que foi lançada: ela mistura a infusão com a percolação. O segredo é o tampão que há debaixo do porta-filtro, que “segura” a água que, por sua vez, fica mais tempo em contato com o café. Esse sistema inteligente (daí o termo clever, “esperto”, em inglês) de controle de fluxo é feito de silicone e veda a passagem da água. Só quando colocado sobre a xícara é que ele é acionado e libera o líquido. O tempo do pó em suspensão na água vai permitir tirar bebidas bem diferentes – e esse é um ponto bem favorável desse método. Dá para fazer de um café mais leve a um mais encorpado (com mais tempo de infusão).
Clover (EUA)
É uma máquina dessas bem modernas, com recursos tecnológicos e precisão de laboratório, mas não tem nada de espresso aqui: a Clover faz café filtrado. Por ser uma máquina de última geração, ela consegue controlar com precisão os principais parâmetros da infusão: do volume de água, ao tempo e temperatura. Os grãos de café moídos (moagem grossa) são colocados numa câmera até que um jato de água quente (o volume e a temperatura detalhadamente calculados) seja jogado sobre eles. Daí, o líquido resultante da filtragem escorre pelo bico da cefeteira, enchendo a xícara de café. A empresa criadora (baseada em Seattle) foi comprada pela Starbucks e agora tem seu método exclusivo nas casas da rede.
Espro Press (Canadá)
Alguns dizem que é a reinvenção da prensa francesa, já que impede os resíduos do pó na xícara. Isso porque a Espro Press, criada pela empresa homônima nascida no Canadá, filtra o café duas vezes, impedindo sedimentos na bebida. O filto duplo é muito mais fino (até 12x mais do que na prensa francesa) e, ao final do processo de extração, acaba ficando embaixo do café, justamente para evitar os resíduos.
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Soft Brew (Itália)
É só falar de design italiano em cafeteiras que a Moka, a inovadora cafeteira criada pela Bialetti, vem à cabeça. Mas essa cafeteira criada pelo designer milanês George Sowden faz o café por meio de uma infusão “suave”, como diz seu próprio nome. Por suave, significa dizer que, através de um filtro metálico, encaixado dentro de uma peça em porcelana, o café não é forçado nem queimado, basta colocar o pó dentro do aparato de metal, adicionar a água quente e esperar – como em uma cerimônia do chá. O resultado é um café bem suave – ou soft, como preferir.
Pressca (Brasil)
Desenvolvida pelo inventor Gerson Amaro que pensou em um método de filtragem reversa para criar a cafeteira, a Pressca ainda tem a vantagem de ser portátil – podendo ser carregada para qualquer lugar. Com tecnologia exclusiva de extração por pressão, a Pressca foi idealizada para ser a menor, mais leve e versátil cafeteira do mercado. Por poder variar o tempo de preparo, também é possível criar um café que atenda aos mais diversos paladares, mesmo utilizando sempre o mesmo tipo de pó. Ela ainda possui um eficiente sistema de isolamento térmico, para manter a bebida quente por mais tempo.
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Rafael Tonon é jornalista especializado em gastronomia e amante (e produtor) de café. Escreve para diversos veículos no Brasil e no exterior sobre comida, bebidas, tendências e boas xícaras. É colaborador do Eater (www.eater.com), o maior portal de gastronomia dos EUA, e também escreve para veículos especializados em café, como a cultuada revista nórdica Standart.